Além de ajudar no planejamento do trabalho de conclusão de curso, a produção de artigos abre novas possibilidades para o universitário

Por William Rodrigues
A produção de artigos científicos é extremamente importante para gerar novos conhecimentos, é o que afirma o documento da Organização dos Estados Ibero-Americanos, publicado em 2018, “Las Brechas de Género en la producción Iberoamericana”. Essa produção, que em princípio pode parecer difícil, é de extrema importância para universitários de todas as profissões.
Segundo o documento da Organização, em 2017 o Brasil produziu 53.271 artigos científicos. Entre os países ibero americanos (América latina, Portugal e Espanha), o Brasil só fica atrás da Espanha em volume de artigos. Um dado importante apresentado pelo estudo, diz respeito à autoria dos artigos, onde constatou-se que pelo menos 72% desses artigos eram co-escritos por mulheres, maior percentual entre os países Ibero-Americanos.
De acordo com relatório da SCIENCE & ENGINEERING INDICATORS de 2018, o Brasil é um dos destaques em crescimento na pesquisa científica, ao lado de China e Índia, em função do grande avanço dos últimos anos. Hoje o Brasil responde por 2,3% de toda a produção científica mundial.
Além disso, a produção científica apresenta desafios muito particulares. Nas palavras da Publicitária Alice Roberte, Mestre em comunicação pela Universidade de Brasília, a “produção de Artigos Científicos exige leitura, análise, reflexão crítica e tudo isso leva um tempo, que muitas vezes o mercado não está disposto a esperar, porque ele precisa é de mão de obra qualificada para continuar produzindo o que quer que seja”.
Mais do que isso, no cenário atual, a produção científica Brasileira enfrenta obstáculos impostos pelo próprio governo. “Uma das maiores dificuldades na produção intelectual é a falta de apoio. Quando ele (o governo) corta essa bolsa, ele está diminuindo o apoio dos pesquisadores. É muito complicado quando se pensa sob essa ótica” continua a comunicóloga, se referindo ao congelamento dos gastos em educação.
Há ainda a questão do tempo dedicado à pesquisa. “O pesquisador que dedicaria 8 horas pesquisando por dia, não vai mais conseguir, se dedicará 2, 3, 4 horas no máximo, porque o restante do dia ele tem que trabalhar para pagar as contas”, finaliza Alice.
“O governo Bolsonaro cortou bolsas de mestrado e doutorado. Como passar 4 anos trabalhando em algo sem receber por aquilo. Como você sobrevive?”. Alice Roberte, Publicitária.
A Jornalista Nathália Coelho, Mestre em Literatura Comparada e Doutoranda em Literatura pela UnB, reforça a importância do apoio, citando a dificuldade que alguns pesquisadores enfrentam “pois são pesquisas que é necessário estar em loco, acompanhando laboratório, onde pesquisadores precisarão passar 3 meses (por exemplo) numa tribo, e tudo isso necessita de dinheiro”.
Apesar de todos os desafios, a produção científica é necessária para criação de novo conhecimento. E Nathália dá dicas para os universitários que estão com dificuldades na produção de artigos. “Você não precisa saber tudo. Você está num processo de aprendizagem e escrever um artigo é também fazer um teste daquilo que você pode fazer ou que não pode. Não tenha medo, faça. leia muito, estude seu tema, delimite o que quer fazer”. E a dica essencial “desencane!”.
Iniciação Científica na Estácio
Os cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda do Centro Universitário Estácio de Brasília dispõe de um Programa de Iniciação Científica voltado para alunos que têm interesse em desenvolver talentos para a pesquisa e inovação. Entre os requisitos estão: possuir Índice de Rendimento Acadêmico igual ou superior 7.0 e estar cursando pelo menos o terceiro semestre.
Mais informações pelo site ou presencialmente com a Coordenação do curso.