O novo projeto pode aumentar a espera pela aposentadoria

Por Vinícius Lopes
O texto da Reforma da Previdência foi aprovada pela comissão de Constituição Justiça e Cidadania (CCJ) no último mês de abril. O projeto, ainda segue em tramitação no legislativo e está tirando o sono dos universitários. Questionamentos sobre como ficará o mercado de trabalho e aposentadoria após se formarem são algumas das perguntas feitas por estudantes em todo o país.
A reforma afetará principalmente os jovens na carreira profissional.Para se ter uma média, o nível de desemprego entre os mais novos é o dobro dos adultos. De acordo com IBGE, no 2º trimestre de 2018, a taxa de desemprego para a população de 16 a 24 anos chegou a 32%.
Segundo Patrícia Silva, graduada em Direito, as opções de trabalho ficarão mais escassas, considerando que a concorrência aumentará “Deve-se lembrar que que o Brasil teve um aumento de trabalhadores informais, devido à elevada taxa de desemprego, e com a proposta da reforma da previdência, a tendência é que este viés seja ainda mais crescente e com precariedade do trabalho aos jovens. Observa-se que a proposta visa reduzir os custos com a contratação formal, menos gastos para os jovens que querem se profissionalizar e adequar no mercado de trabalho, irá se submeter a regimes trabalhistas e previdenciários e com direitos limitados”. complementou Silva.
Já para o economista Ricardo Balistiero, no trabalho ficará na responsabilidade da empresa decidir se contratará alguém mais experiente e gastar menos com treinamento e mais com salário, ou se escolhe alguém mais jovem e gasta mais com treinamento e menos com salário. Contudo, atritos entre as faixas etárias poderão acontecer, o ramo trabalhista poderá ficar mais voltado para os idosos, por ter o encargo mais barato, o que faz as oportunidades de emprego para os jovens diminuir.
As mudanças afetam a contribuição, com isto as regras previdenciárias ficarão mais incisivas no futuro, os jovens que ainda não começaram a trabalhar poderão ter o tempo de colaboração mais extenso. Segundo o (Instituto Nacional do Seguro Social) INSS, o melhor é começar contribuir o quanto antes, mesmo que seja como facultativo, caso ainda não tenha a carteira de trabalho assinada.

“Me sinto aliviada por estar com carteira assinada desde os 20 anos ser universitária e já poder contribuir, mas, me preocupo com os que ainda não trabalham e não podem. Creio eu, que se a reforma for aprovada tudo isso vai piorar”. afirmou Ana Caroline aluna do 7º semestre de fisioterapia, no Centro universitário Estácio Brasília.

O deputado federal, professor Israel Batista, que busca por aprovações de projetos que beneficiem os estudantes, afirmou que a juventude precisa estar atenta para a nova aposentadoria. Ouça o áudio completo:
Segundo Gabrielle Medeiros, que cursa o 5º semestre do curso de direito, no Centro Universitário Unieuro de Brasília, a reforma poderá diminuir a produtividade já que “Acho que pode afetar de imediato na concorrência do mercado de trabalho, mas como somos universitários e estudamos, podemos ter o rendimento menor. A longo prazo, creio que o mercado vai ser muito mais rígido em relação ao grau de escolaridade. Como universitária, isso vai me afetar mais ainda, pois não recolho contribuição do INSS, e minha aposentadoria futuramente estará comprometida pelo estado que adia cada vez mais a idade e tempo de contribuição exigidos”. Disse Medeiros.
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